Imaginem que nos é dada a possibilidade de conceber toda a nossa vida segundo os nossos ideais.
Tal como o génio concedeu 3 desejos a Aladino, a vida dar-nos-ia a possibilidade de criar como e com quem queríamos viver.
Se me estão a acompanhar neste pensamento, devem estar já a sonhar com a possibilidade de, amizades 100% genuínas, amor com total entrega, uma família compreensiva, um trabalho de sonho, uma casa à medida e todos os confortos materiais e físicos que achamos precisar.
Penso que já perceberam a ideia..
Quando completássemos esta lista e começássemos a vivê-la, rapidamente perceberíamos que a real felicidade não pode ser encomendada, nem tão pouco pode uma vida perfeita ser idealizada.
Nesta vida de sonho, totalmente concebida por nós, sentiríamos a falta do impulso para inovar, alterar, retocar, mexer, aprender e crescer..
Quando tudo nos é dado a pedido, também disso nos queixamos, porque pouco depois deixa de ser “suficiente” e ao nos acostumarmos a termos tudo, queremos mais.
Perdemos a vontade de procurar o inesperado e o pólo oposto que a vida nos dá para manter nossa corrente a fluir, ganhando dessa forma, energia, para alimentar nossas descobertas, de nós próprios.
Todos temos o que precisamos, não o que queremos.
Assim percebemos melhor aquele emprego chato, ou o relacionamento que parece aprisionar-nos, a ideia não é resignar-se a essas situações mas aprendermos com elas o suficiente para percebermos que não precisamos mais delas na nossa vida, e nesse momento, avançar.
Com a certeza, porém, que não teremos nunca o que idealizamos, mas teremos sempre o que nos fará idealizar menos e viver mais.