Numa altura em que se exigem feitos Hercúleos para se valorizarem migalhas dessas façanhas, a nova geração tem um fado complicado..
Por exemplo, cada vez que são produzidos novos filmes, os trailers e a sua versão completa, são repletos de efeitos visuais explosivos.
Com duplos que arriscam a vida, por opção própria, para, tal como as modelos anorécticas que definem uma imagem de moda desvirtuada de formas, definirem uma forma de vida no mínimo letal.
Afirmo sempre que nada tenho contra o avanço tecnológico, e é verdade, no entanto, desde as câmaras digitais, deixamos de apreciar uma imagem em pleno..
O sentimento que tínhamos ao vermos os álbuns fotográficos (impressos em papel), era indescritível.
Quase surreal pensávamos, ter aqueles acontecimentos tão especiais para nós, imortalizados.
Por isso, olhávamos enternecidos, apenas olhávamos e sorriamos.
Hoje, com as câmaras digitais até embutidas nas solas dos sapatos, possibilitando tirar milhares de imagens em muito pouco tempo, fica pouco espaço para o necessário apreciar..
Quando se junta a isto o aparecimento dos drones e se aperfeiçoam as formas de capturar imagens sem a nossa presença ser requerida, fica obviamente diminuída a nossa capacidade de valorizar aqueles momentos captados em imagem, com a nossa real presença.
Momentos que a sua captura implicou muitas vezes nos superarmos e nos levarmos ao exterior da zona de conforto.
Desta forma, no futuro, que é já amanhã, quando vermos alguém apaixonado por vídeo ou imagem, querer reproduzir a sua paixão pelo hobbie ou modo de vida, vamos estar “configurados” a procurar os efeitos especiais que vimos no cinema ou tv, juntamente com as imagens radicalmente limites que vimos, captadas por um drone não tripulado..
Tudo o que fique aquém dessas expectativas, será um apenas mediano evento que pode até gerar frustração, pela “perda de tempo” que foi, ver algo tão genuinamente produzido, sem qualquer efeito especial de Hollywood.
Afinal de contas, a Internet cresce diariamente mais do que alguma vez um Ser Humano será capaz de acompanhar, e com tanto para ver e entreter, pouco tempo e sobretudo paciência sobra, para o que “apenas” transporta.. sentimento.
Vale a pena pensar nisto.